Há menos de um mês para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, alunos de todo o país se preparam nessa reta final até a realização das provas. Além de revisar o conteúdo estudado, outra preparação é apontada como essencial: a emocional.
Nesta edição de 2024, mais de 5 milhões de pessoas se inscreveram para as provas que serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro. Só do RN foram 119.088 inscritos, segundo dados do Ministério da Educação.
A pressão da concorrência e a necessidade de demonstrar por meio das avaliações os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de estudo deixa os alunos ansiosos e preocupados acerca do futuro profissional. A tão sonhada vaga em uma universidade pública parece ditar o sucesso ou fracasso dos candidatos.
Entretanto, educadores e psicólogos ressaltam que, se não for utilizada como uma aliada, essa tensão pode atrapalhar o desempenho do aluno durante as provas, além de causar outros problemas de ordem emocional, como insônia e crise de ansiedade.
“É humanamente impossível não ficar nervoso com a proximidade da prova, porque a ansiedade é uma sensação natural no nosso corpo que aparece quando nós estamos diante de algo novo, desconhecido ou desafiador. Isso é algo que nos prepara quando algo está por vir. Nessa reta final em que a ansiedade vai aumentando, nós devemos utilizá-la como aliada. Ter um certo nível de preocupação ajuda para nos motivarmos a dar o nosso melhor”, explica a psicóloga do Ensino Médio do Colégio CEI (Romualdo e Roberto Freire), Isis Barreto.
Para tentar amenizar o estresse natural que envolve esse período de transição na vida dos estudantes, é essencial ter o apoio de familiares, amigos e de profissionais preparados para lidar com essas questões, tais como psicólogos, professores e orientadores educacionais. Mas essa preparação emocional deve começar muito tempo antes do período próximo à prova ou do último ano escolar.
“A preparação emocional não pode ser considerada numa perspectiva imediatista, ela acontece ao longo da vida”, ressalta a diretora pedagógica do Colégio CEI (RG e RF), Cristine Rosado. E acrescenta: “Essa preparação específica para o Enem deve ser fortalecida durante os anos finais do Ensino Médio. É preciso reconhecer e aprender a lidar com as emoções que envolvem esse período importante da vida do aluno”.
A diretora Cristine Rosado explica ainda que a escola possui uma equipe de saúde mental com 11 profissionais, entre psicólogas e assistentes de psicologia, e pondera: “As escolas devem se atentar para a importância da saúde mental. A condição emocional precisa estar bem equilibrada para que o aluno tenha rendimento”.
Mas para os alunos que já estão nessa reta final da preparação, a psicóloga Isis Barreto aconselha: “O primeiro passo é aceitar que essa ansiedade não vai ser eliminada. Então, vamos utilizar estratégias para acolher esse sentimento e buscar espaços de diálogo através de amigos, famílias, professores e, se for necessário, também profissionais da área de saúde mental”.
Barreto também alerta para a importância do planejamento do tempo, que deve ser dividido entre estudos revisionais, como simulações e resolução de exercícios, e atividades de relaxamento e descanso. “É importante que exista um planejamento de estudos com atividades para relaxar e descontrair. Um momento descansado contribui significativamente para o que será estudado. O planejamento para essa reta final proporciona uma previsibilidade do que será feito e essa previsibilidade ajuda no manejo da ansiedade”.