O Governo Federal realizou, nesta quinta-feira (28), o primeiro leilão de 2024 para a construção de infraestrutura de transmissão de energia elétrica em 14 estados, incluindo o Rio Grande do Norte. Ao todo, 15 lotes foram leiloados e o Estado foi contemplado em dois deles (lotes 3 e 4). A Eletrobras arrematou o lote 3, com instalações no RN e no Ceará, por R$ 114,4 milhões (deságio de 26,94% sobre a Receita Anual Permitida – a RAP máxima, de R$ 156,6 milhões). O Fundo Warehouse, do BTG Pactual, arrematou o lote 4, composto por instalações no RN, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, por R$ 111,7 milhões. O valor representa um deságio de 30,5% em relação à RAP máxima prevista, no valor de R$ 160,7 milhões.
Venceria o leilão, realizado na sede da B3, em São Paulo, quem oferecesse a proposta com a menor RAP na comparação com o teto estabelecido. Enquanto o Fundo Warehouse apresentou o menor valor, o Grupo Cymie teve a RAP mais elevada (R$ 132,9 milhões) para o lote 4, que terá investimentos de R$ 990,5 milhões. Serão construídas 411 quilômetros para ligar os estados do RN, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além de subestações. A ideia é dar vazão ao escoamento de energias renováveis (eólica e solar).
No lote 3, as obras são de seccionamento – executadas no Ceará, mas que beneficiam as linhas de transmissão que interligam subestações no Rio Grande do Norte. Os investimentos serão de R$ 983,4 milhões. O equipamento é composto por 337 quilômetros de linhas de transmissão no estado cearense. O prazo de conclusão das obras em ambos os lotes é de 60 meses. Já as concessões têm validade de 30 anos.
A notícia animou as entidades potiguares ligadas ao setor de energia. Sérgio Azevedo, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do RN (Sinduscon-RN), destacou que o momento é extremamente relevante para o cenário energético do Estado. “Esta é uma excelente notícia para o Rio Grande do Norte, porque significa geração de emprego e renda e é uma oportunidade para o avanço da capacidade energética, especialmente a eólica, do nosso Estado”, sublinhou Azevedo.
Max Pereira, consultor da Associação Potiguar de Energias Renováveis do RN (Aper), ressaltou a importância do leilão para o segmento no Rio Grande do Norte. “Leilões assim visam garantir no futuro que os próximos parques de geração tenham como transmitir energia e enviá-la para outras regiões onde existem maior consumo. Então, esse leilão foi importantíssimo. Tomara que os projetos saiam efetivamente do papel e virem realidade, gerando empregos”, afirmou.
Roberto Serquiz, presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern) disse que os resultados são relevantes porque estimulam uma das principais vocações do Estado: o potencial energético. “Sabemos da importância das linhas de transmissão para a geração de energia. Portanto, ter empresas vencedoras no leilão para o Rio Grande do Norte traz um ambiente ainda mais auspicioso para uma das nossas principais vocações naturais”, disse.
Os estados com obras previstas neste leilão são Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. As empresas vencedoras terão até 72 meses para finalizar as construções. No ano passado, foram realizados outros dois leilões, o último deles em dezembro, com investimento estimado em R$ 19,7 bilhões, considerado o maior da história da Aneel.
Números
R$ 114.490.000,00 foi o valor de arremate do lote 3 pela Eletrobras
R$ 111.720.254,00 foi o valor de arremate do lote 4 pelo Fundo Warehouse
Confira as obras contempladas no RN:
Linha de Transmissão 500kV Ceará Mirim II – João Pessoa II C1, CS, com 198km
Trechos de Linha de Transmissão de 500kV entre a Subestação Morada Nova e o seccionamento da LT 500kV Açu III – Quixadá C1, com 0,4km cada
Trechos de Linha de Transmissão 230kV entre a Subestação Alex e o seccionamento da LT 230kV Banabuiú – Mossoró II C1, com 2 x 2,8km
Trechos de Linha de Transmissão 230kV entre a Subestação Pilões III e o seccionamento da LT 230kV Extremoz II – Campina Grande III C2, com 2 x 20km
Fonte: Aneel e Sedec/RN